Este Itinerário 3 é composto por textos clássicos sobre a democracia. Ele tem como objetivo ensejar a captura do “DNA” da democracia, seguindo uma possível (ainda que imaginária) linha de continuidade entre os escritos fundamentais do século 5 a.C. até o final do século 20. Para os textos recentes sobre a democracia vá para o Itinerário 6.

UM ÍNDICE DE ESCRITOS FUNDAMENTAIS

Infelizmente não é possível ir às fontes, porque as fontes sumiram.

Dos escritos da época (séculos 5 e 4 a.C.) deve-se ler, pelo menos:

472 Ésquilo Os Persas

431 a 424 Pseudo-Xenofonte A Constituição de Atenas

424 Eurípedes As Suplicantes

395 Xenofonte Constituição dos Lacedemônios

369 Xenofonte Memoráveis

360 Xenofonte Apologia de Sócrates (data incerta)

380 Platão A República

379 Platão O Político

347 Platão As Leis

336 Aristóteles A Política

329 Aristóteles (atribuída) A Constituição de Atenas

Além disso, ainda do século 5, convém ler:

430-404 Tucídides História da Guerra do Peloponeso

440-430 Heródoto Os nove livros da História

Com exceção destes dois últimos (Tucídides e Heródoto), de Ésquilo e de Eurípedes, toda a literatura que sobrou da época (salvo alguns fragmentos dos sofistas e de outros) ou foi escrita por pessoas que não entenderam bem a democracia (como é o caso de Aristóteles) ou por pessoas que eram francamente contrárias à democracia (casos do Pseudo-Xenofonte, de Xenofonte e de Platão).

Da literatura moderna democrática ou não declaradamente autocrática (até o final do século 20) em qualquer relação não podem faltar as seguintes obras fundamentais:

1670 Baruch Spinoza Tratado Teológico-Político

1689 Declaração de Direitos (Bill of Rights) de 1689

1689 Locke Dois tratados sobre o governo

1689 Locke Carta acerca da tolerância

1749 Montesquieu O Espírito das Leis

1762 Jacques Rousseau O contrato social

1787-1788 Federalistas: Al. Hamilton, J. Jay e J. Madison textos federalistas: “Publios” e “O Federalista” (em especial alguns dos artigos de Madison)

1791 Thomas Paine Direitos do Homem

1792 Wilhelm Von Humboldt Os limites da ação do Estado

1819 Benjamin Constant Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos

1835 Alexis de Tocqueville A Democracia na América

1859 John Stuart Mill Sobre a Liberdade

1937 John Dewey A democracia é radical

1939 John Dewey Democracia criativa: a tarefa diante de nós

1945 Karl Popper A Sociedade Aberta e Seus Inimigos (volume 1: O Feitiço de Platão)

1950-1959 Hannah Arendt O que é a política

1951 Hannah Arendt As origens do totalitarismo

1969 Isaiah Berlin Quatro ensaios sobre a liberdade

1978 Havel O poder dos sem-poder

1981 Lefort A invenção democrática: os limites da dominação totalitária

1984 Bobbio O Futuro da Democracia: Uma defesa das regras do jogo

1986 Cornelius Castoriadis Sobre ‘O Político’ de Platão

1988 I. F. Stone O Julgamento de Sócrates

1993 Humberto Maturana A democracia é uma obra de arte

1993 Humberto Maturana Amar e brincar

1993 John Rawls O liberalismo político

1993 Robert Putnan Para que a democracia funcione

1997 Ralf Dahrendorf Após 1989. Moral, Revolução e Sociedade Civil (alguns artigos escolhidos)

1998 Dahl Sobre a Democracia

1999 Amartya Sen Democracia como valor universal

Para quem quer se aprofundar no assunto do nascimento da democracia é bom estudar a bibliografia especializada moderna. Uma boa relação de textos (até 1990) foi preparada por Chester Starr (1990) em O nascimento da democracia ateniense (São Paulo: Odysseus, 2005).

BIBLIOGRAFIA INDICADA POR CHESTER G. STARR

STARR, Chester G. The Birth of Athenian Democracy (Oxford, 1990). Tradução brasileira: O nascimento da democracia ateniense (São Paulo: Odysseus Editora, 2005)

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